A fábrica da Caoa Chery, localizada em Jacareí, no interior de São Paulo, pode ser desapropriada pela prefeitura do município após três anos de paralisação das atividades. A decisão ainda está em fase de análise jurídica, mas a ameaça vem sendo tratada com seriedade, sobretudo pelo impacto que a inatividade prolongada tem gerado na economia local.
A planta industrial foi desativada em 2022, quando a montadora anunciou sua reestruturação para focar na eletrificação da frota. Desde então, o local permanece fechado, com estrutura ociosa e sem previsão oficial de retomada das operações.
Histórico da fábrica da Caoa Chery em Jacareí

A unidade da Caoa Chery em Jacareí foi inaugurada em 2014 com promessas de geração de emprego e desenvolvimento regional. Durante os primeiros anos, a fábrica chegou a produzir modelos como o Chery Celer, QQ e posteriormente, o Tiggo 2.
Porém, após a aquisição das operações brasileiras da Chery pela Caoa, a estratégia da empresa começou a mudar. A montadora decidiu investir fortemente na fábrica de Anápolis (GO), onde já montava veículos Hyundai, e aos poucos reduziu o foco em Jacareí.
Em 2022, a empresa anunciou que a planta seria desativada temporariamente, com a justificativa de uma transição para veículos elétricos. No entanto, nenhuma retomada ocorreu até agora.
Impactos econômicos para Jacareí
Certamente, o fechamento da fábrica da Caoa Chery causou impactos significativos para Jacareí. Estima-se que mais de 400 trabalhadores tenham sido desligados diretamente, além de centenas de empregos indiretos perdidos em fornecedores, prestadores de serviços e comércio local.
A arrecadação de impostos também foi afetada. Como resultado, a economia do município viu uma desaceleração em setores que dependiam da movimentação da indústria automotiva.
Além disso, o imóvel permanece desocupado, gerando uma imagem de abandono industrial. Isso preocupa tanto a população quanto a administração municipal.
Ameaça de desapropriação
Diante desse cenário, a Prefeitura de Jacareí passou a considerar a desapropriação da área onde está instalada a fábrica da Caoa Chery. Segundo o prefeito Izaias Santana, a medida visa dar um novo uso ao espaço e reverter os prejuízos causados à cidade.
O processo, no entanto, exige respaldo jurídico e avaliações técnicas. A prefeitura afirma que a desapropriação só ocorrerá caso se comprove que não há planos concretos de reativação da planta pela montadora.
Por outro lado, representantes da Caoa Chery já afirmaram que há projetos de eletrificação em andamento, mas sem prazos definidos para retorno das operações em Jacareí.
O que diz a Caoa Chery
A montadora afirma que ainda mantém os planos para a unidade. Segundo a empresa, precisou interromper as atividades para estruturar a transição à produção de veículos elétricos. Entretanto, não apresentou um cronograma oficial para a retomada.
Durante e após o anúncio da paralisação, a Caoa Chery concentrou seus lançamentos e montagens na fábrica de Anápolis, onde produz modelos como o Tiggo 5X Pro e o Tiggo 7 Pro.

Enquanto isso, a empresa deixou de montar qualquer carro da marca na unidade de Jacareí.
Desapropriação como solução viável?
Por enquanto, a prefeitura ainda analisa a possibilidade de desapropriação. No entanto, essa medida poderia atrair novos investidores interessados em utilizar o espaço para instalar outras indústrias, centros logísticos ou até um polo tecnológico voltado à mobilidade elétrica.
Ou seja, o município busca reaproveitar uma infraestrutura moderna que permanece inutilizada.
Em resumo, embora o processo de desapropriação possa levar tempo, ele evidencia que a prefeitura está se movimentando ativamente em busca de soluções para a estagnação econômica causada pela paralisação da planta.
Repercussão no setor automotivo
Enquanto isso, a situação acende um alerta no setor automotivo brasileiro. A Caoa Chery mantém uma das poucas fábricas com capacidade instalada para produzir veículos eletrificados no país. Ao abandonar a planta, a montadora levanta questionamentos sobre a viabilidade e os entraves que empresas estrangeiras enfrentam no Brasil.
Além disso, o episódio escancara a dificuldade que algumas marcas enfrentam para cumprir promessas de investimento a longo prazo. Esse cenário pode impactar futuras negociações com municípios e até mesmo com o governo federal, que vem ampliando políticas de incentivo à eletromobilidade.
Considerações finais
Em conclusão, o cenário ainda permanece indefinido. A prefeitura planeja usar o espaço para impulsionar a economia local, enquanto a Caoa Chery promete reativar a planta, embora sem apresentar detalhes concretos.
Por isso, os próximos meses definirão o desfecho dessa situação. Caso a empresa continue indefinida, a prefeitura poderá avançar com o processo de desapropriação.
Da mesma forma, se ambas as partes firmarem um acordo, poderão evitar disputas judiciais e beneficiar a população de Jacareí com a geração de empregos e renda.
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